CAIPIRINHA E SUA HISTÓRIA.


A caipirinha é paulista!
 Seu nome não tem origem precisa, mas, segundo Marcelo Câmara, surgiu no século XIX na província de São Vicente.O nome é uma alusão a quem consumia o drinque: pessoas vindas do interior, conhecidas como caipiras.A mistura dos ingredientes evoluiu. No século XIX, os caipiras tomavam cachaça com mel, limão e alho como remédio para a gripe. Até que alguém trocou o alho pelo gelo...
Há quem defenda - inclusive a legislação brasileira - que a bebida é uma só: cachaça, limão e açúcar. Mas suas variações estão aí para quem quiser novos sabores. Como chamá-las?
Caipirinha, caipiríssima, caipiroska... O fato é que está um calor lá fora e essas bebidas são uma ótima pedida. Por isso, fomos atrás de barmen que sugerissem receitas inovadoras para quem quer ir além da cachaça, limão e açúcar. Frutas de todos os tipos não são mais as únicas variantes. Ervas, uísque e até clara de ovo deixam o drinque mais longe da receita original. É um desafio à perfeição.
A receita original é tão boa e simples que foi definida por lei pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em 3 de janeiro de 2002. Está no parágrafo quarto do decreto 4.072: "caipirinha é a bebida típica brasileira, exclusivamente elaborada com cachaça, limão e açúcar". Faltou o gelo? Isso fica por sua conta e risco - coisas da política. Cachaçólogo profissional, que presta consultoria a produtores de pinga, Marcelo Câmara usa a legislação para defender a perfeição do drinque. "A caipirinha é feita com limão, sem tirar a casca, cortado em partes, macerado juntamente com açúcar no próprio copo em que será servida. Depois leva o gelo e a cachaça branca, não pode ser a envelhecida. Essas combinações com vodka ou outras bebidas têm de ter outro nome, não podem ser chamada de caipirinha nem de caipiroska ou qualquer coisa com o prefixo 'caipi' porque são completamente diferentes", esbraveja.
Os barmen rebatem. "Dizemos caipirinha apenas para facilitar. Falamos caipirinha de kiwi, de morango, caipiroska, para o cliente entender rapidamente que se trata da fruta amassada no copo com açúcar, gelo e a dose de bebida que ele escolher. Caipiroska com vodka, caipiríssima com rum. Acho que não dá para ser radical, porque 90% dos drinques pedidos são a caipirinha e suas variantes", afirma Alexandre D'Agostino, do restaurante Spot, de São Paulo. Maria José Miranda, diretora da Abrabe (Associação Brasileira de Bebidas), ameniza: "caipirinha é uma só, agora, chamar de caipiroska ou caipiríssima, tudo bem." Então, zuzo bem e manda uma aí.
Mitos e verdades
Polêmica à parte, a receita original também é discutida. Confira as dicas dos barmen para se fazer aquela caipirinha.
Acrescentar o suco de meio limão é necessário?
Não. Macerar o limão picado em quatro partes no copo é o suficiente para fazer uma boa caipirinha.
O miolo do limão deixa a caipirinha mais amarga?
O amargor vem do óleo liberado pela casca. Ao macerar o limão, procure espremer a polpa sem ofender demais a casca para manter o sabor equilibrado.

O limão deve ser cortado em X, em quatro partes?
A fruta pode ser fatiada ou cortada na horizontal ou na vertical. Tanto faz. O importante é deixar de fora as pontas do limão, que não têm suco. Qualquer limão pode ser usado? O limão da caipirinha tem de ser verde por dentro. Fuja dos limões com gomos amarelados.

FONTE:MEMORIA VIVA E CLUB DA CAIPIRINHA.